No mês passado, os espectadores mais devotos da teledramaturgia tiveram a oportunidade de acompanhar a minissérie “Maysa: Quando fala o coração”. A história, até então desconhecida por muitos (inclusive eu), encantou o Brasil. Motivos não faltaram. Belos cenários, figurinos impecáveis, músicas agradáveis, o texto de Manoel Carlos e a atuação de ótimos atores e atrizes fizeram parte da receita de sucesso desta produção. E por falar em sucesso, impossível não falar em Larissa Maciel. Gaúcha de olhos sem iguais, Larissa chamou a atenção do País inteiro através de sua fantástica interpretação.Realmente, motivos não faltaram para que se diga que a minissérie agradou. Porém, o maior motivo é o retrato do amor à vida que a personagem principal possuía. Paixão, ou seja qual for o sentimento. Tristeza, alegria, intensidade, excesso… Maysa reuniu tudo na busca pela vida em sua plenitude. Mas o que é a vida em sua plenitude? Família, casamento, filhos, dinheiro? Maysa descobriu que não e continuou procurando. Fama, sucesso, festas, amigos? A procura se estendia enquanto o tempo passava.Maysa permitiu-se aquilo que poucos de nós se permite. Viver a vida sem roteiros, sem normas impostas pela sociedade. Escolheu viver a vida com intensidade. Buscar em todos os lugares aquilo que nem se sabe ao certo o que é. Pode parecer loucura ou devaneio. Mas, como diz o ditado, de louco todos temos um pouco.Maysa não foi louca. Foi autêntica. Esse foi o grande encanto da minissérie. Retratar a autenticidade. Em dias nos quais todos buscam ser iguais uns aos outros, buscam receitas prontas de felicidade e bem- estar, Maysa nos mostra a coragem em assumir-se diferente. Mostra a coragem e a tristeza – sentimentos deixados de lado hoje em dia.Talvez, se vivêssemos nossos momentos de tristeza sem a vergonha atual e tivéssemos coragem para enfrentar nossos medos, encontraríamos aquilo que não sabemos o certo o que é. Felicidade, paz de espírito, sucesso, amor? Você decide. Mas não se acomode… siga em frente nessa busca constante.
